domingo, 2 de março de 2014

ECLESIOLOGIA

ECLESIOLOGIA (A DOUTRINA DA IGREJA) 5.1 A NATUREZA DA IGREJA A IGREJA COMO ORGANIZAÇÃO E COMO ORGANISMO A Igreja como organização é talvez o primeiro contato que alguém tenha da Eclesiologia. Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: (Ap 2:1) A segunda perspectiva da Eclesiologia é da igreja como organismo, que aparece em vários trechos das Escrituras. E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, (Ef 1:22) DIFERENÇAS ENTRE A IGREJA COMO ORGANIZAÇÃO E ORGANISMO  Como organização a igreja é visível: Seu patrimônio físico: Construções, móveis, instrumentos, etc. Seus símbolos: Bandeira, brasão, etc. Patrimônio não-físico: Herança doutrinária e cultural. Estatutos e regimentos internos. Seus membros e congregados.  Como organismo a igreja é invisível: Como organismo a Igreja é a união mística de todos aqueles que são salvos em Jesus Cristo. Como organização a igreja é local e humana. Como organismo é universal e divina. Como organização a igreja é uma criação humana. Como organismo ele é uma criação de Deus e todos os membros têm as características filiais.  Como organização é temporária. Como organismo é perpétua. A igreja como organização é o andaime que precisamos para levantar a estrutura da igreja como organismo. Quando a construção estiver pronta o andaime será desmanchado.  Como organização é imperfeita, mas como organismo é perfeita.  A perfeição da igreja como organismo não significa que ela já alcançou a maturidade, mas que está a caminho. E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. (Ef 4:11-16) 5.2 A IGREJA LOCAL SUA ORGANIZAÇÃO O nosso assunto é a estrutura da igreja, e abrange estruturas de governo e ministérios de liderança. TIPOS DE LIDERANÇA NA IGREJA A questão está ligada aos dons que Cristo deu à Igreja, conforme mencionados em Efésios 4:1: E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres. Segundo este versículo, são cinco os ministérios que Cristo deu à Igreja: 1. Apostólico 3. Evangelístico 5. Didático 2. Profético 4. Pastoral Devemos ter sempre em mente que quando Jesus concedeu alguns para serem apóstolos, ele estava distribuindo ministérios, não cargos. O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO: Na Bíblia temos três tipos de apóstolos. 1. O 1º tipo é composto dos 12 discípulos escolhidos por Cristo 2. O 2º trata-se de outras pessoas reconhecidas como apóstolos pela igreja. Matias, Paulo, Barnabé e possivelmente Andrônico e Júnias (Rm 16:7). 3. São os falsos apóstolos. Outros ministérios: Diáconos, presbíteros e bispos. DIÁCONOS E DIACONISAS Os 1º diáconos aparecem em Atos 6 como solução para um problema social na igreja.  O diaconato é um ministério de apoio àqueles que trabalham no ministério da Palavra e da oração. Os diáconos precisam ser:  De boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, submissos à autoridade superior na igreja. (At 6)  Respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados ao vinho, não cobiçosos e de sórdida ganância, conservadores do mistério da fé, consciência limpa, primeiramente experimentados, marido de uma só mulher e que governe bem a sua casa. Suas esposas ou diaconisas: respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo. QUALIFICAÇÕES DE BISPO, PRESBÍTERO E PASTOR  Parece que exercem o mesmo ministério.  Suas qualificações: Itm 3:1-7. MODELOS DE ESTRUTURAS ADMINISTRATIVAS 1. Episcopal (governado por bispos) 2. Presbiteriana (governada por presbíteros e o presbitério) 3. Congregacional (governada pela assembléia da igreja) Não importa o sistema de administração eclesiástica, para serem cristãos os líderes devem estar nas suas posições. O líder cristão não vem para ser servido, mas para servir e dar sua vida pelo rebanho. Evidências do relacionamento fraternal entre as igrejas do NT. • Intercâmbio de epístolas. • Intercâmbio de pessoas. • Intercâmbio de recursos. • Intercâmbio de Bênçãos Espirituais. • Intercâmbio de Problemas e sabedoria. • Investimento mútuo na obra missionária. Evidências de rivalidade e partidarismo 1. Os judaizantes (At 15:1). Forçar os crentes a seguir seus costumes culturais. 2. O caso de Diótrefes. (III Jo 1:1-11) PROBLEMAS ESTRUTURAIS NA IGREJA 1. Esquecer que a estrutura existe para o homem e não o homem para a estrutura. Inclui coisas como:  A freqüência e duração das reuniões.  O nível de participação dos membros no culto.  O formato das reuniões. 2. Confundir cargo com dom.  A partir da conversão do imperador Constantino, os dons tornaram-se institucionalizados, e a igreja começou a agir como se o cargo garantisse o dom. 5.3 AS ORDENANÇAS DA IGREJA A doutrina das ordenanças da Igreja é muito diferente da doutrina dos sacramentos da igreja católica romana. – O sacramento é um ato externo que confere graça ou bênção interna. – Na teologia evangélica, a graça ou bênção interna manifesta-se em um ato externo. Então, na teologia católica, Deus opera de fora para dentro, enquanto que na evangélica, Deus opera de dentro para fora. A igreja católica tem sete sacramentos e a evangélica duas ordenanças.  Os sacramentos: Batismo, confissão e penitência, eucaristia, crisma, casamento, ordenação e unção dos enfermos.  As ordenanças: Batismo e ceia do Senhor. BATISMO: Os maiores erros associados à prática desta ordenança. a. Sua ligação com a salvação.  O batismo de João associava o batismo com o arrependimento e a remissão dos pecados. Apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados. (Mc 1:4)  Mt 3:16 associa a descida do Espírito Santo sobre Jesus a seu batismo nas águas. Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. (Mt 3:16)  Em Mc 16:16, o batismo é intimamente ligado à salvação. Quem crer e for batizado será salvo; ... (Mc 16:16) b. Seu significado. É um sinal de arrependimento. c. O modo de batismo. Existem igrejas que praticam o batismo por aspersão, efusão e imersão. Mas a palavra grega “baptixw” significa “mergulhar ou imergir”. d. O candidato ao batismo Todos os candidatos precisam crer para poder se batizar. Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado... (At 2:38) e. O ministrante do batismo O batismo ser ministrado apenas pelo pastor da igreja não é uma prática bíblica, e sim, um costume cristão. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; (Mt 28:19) f. Os maiores erros associados à prática do batismo: a. Tratar como um sacramento. Um dos erros comuns tem sido atribuir uma graça ou bênção de Deus ao ato do batismo. b. Tratar como suplemento. Do outro lado, temos aqueles que não dão nenhum valor ao batismo e acham que, por já terem aceitado a Cristo não precisam batizar-se nas águas. c. Restringir ou postergar o batismo. Na Bíblia, as pessoas eram batizadas imediatamente à conversão. Filipe batizou até Simão, o feiticeiro porque este pediu. d. Usar como método de proselitismo A vinculação do batismo com tornar-se membro da igreja local, visível, denominacional, abre caminho para esse erro. A CEIA DO SENHOR 1. Transubstanciação A igreja católica romana interpreta que na consagração os elementos da ceia são literalmente convertidos no sangue e carne de Jesus Cristo. 2. Consubstanciação No luteranismo, no momento em que a pessoa recebe os elementos, eles tornam-se verdadeiramente o sangue e carne do Senhor Jesus. 3. Simbolismo Na igreja evangélica entendemos que o pão e o vinho representam simbolicamente o corpo e o sangue de Jesus. “... Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.” (I Co 11:25) Por causa da cultura católico-romana, muitos evangélicos atribuem mudanças místicas aos elementos da ceia. Todos os crentes devem participar da ceia (I Co 1:28).  Quando decidimos não participar por não estarmos em condições, evitamos um pecado cometendo outro. No Novo Testamento a ceia do Senhor foi celebrada diariamente e não se limitava à parte simbólica da ceia. Havia uma refeição completa (festa do amor). 5.4 A VOCAÇÃO DA IGREJA Vocação tem tudo a ver com chamada. A palavra usada no N. T. para igreja é “evkklhsi,a” um grupo de pessoas convocadas para reunir-se publicamente. No N. T. o Evangelho de Mateus contém a primeira menção da Igreja: Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. (Mt 16.18) Há quatro interpretações para o significado desse versículo para a Eclesiologia. 1) É errada. Ela enxerga uma Igreja na defensiva de ataques satânicos. 2) É bem mais certa e sugere que é o inferno que está na defensiva. As portas do inferno são as suas defesas que não resistirão ao ataque. 3) Melhora ainda mais a hermenêutica. A Igreja é vista como sendo formada de dentro para fora. Jesus edifica sua Igreja com pessoas que já se encontram dentro do campo inimigo. Quando ouvirem a chamada de Deus e se aproximarem das portas trancadas do inferno, elas se abrem para que o povo possa passar de dentro para fora. – Ex: a libertação de Pedro da prisão de Herodes. “Ele nos libertou do império das trevas...” 4) Realça o lado escatológico do versículo. As portas do inferno são as portas do Hades.  Quando Jesus morresse as portas da morte não teriam condições de prendê-lo. A vocação da Igreja, portanto, começa com sua chamada de dentro do reino de Satanás para fora. Implica na união do crente com os demais membros da nova comunidade. A MISSÃO DA IGREJA Esta é uma fase da Eclesiologia muito mal entendida. Consideremos as finalidades espirituais da Igreja. Quais são elas: Glorificar a Deus: O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. E nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado. (Ef 1.5-6) Para edificar a si própria Paulo nos diz que Deus deu à Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus...” (Ef 4.11-16). Purificar a si própria Cristo deu a si mesmo pela Igreja: “a fim de santificá-la, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (Ef 5.26-27) Educar seus membros Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. (Mt 28.19) Evangelizar o mundo A grande comissão manda que a Igreja vá por todo o mundo e pregue o Evangelho. (Mc 16.15) Restringir o mal no mundo Os crentes são o sal da terra e a luz do mundo. Por sua influência e testemunho, eles detêm o progresso da iniqüidade (II Ts 2.6-7). Deus retém o juízo por causa da presença dos santos entre os maus. Promover o bem estar no mundo Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos da família da fé (Gl 6.10). Concernente a Jesus de Nazaré, como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder; o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo, porque Deus era com ele (At. 10.38).

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