A ANÁLISE
EXPERIMENTAL DO
COMPORTAMENTO
O mais importante dos behavioristas que
sucedem Watson é B. F.
Skinner (1904-1990).
O Behaviorismo de Skinner tem influenciado
muitos psicólogos
americanos e de vários países onde a
Psicologia americana tem grande
penetração, como o Brasil. Esta linha de
estudo ficou conhecida por
Behaviorismo radical, termo cunhado pelo
próprio Skinner, em 1945,
para designar uma filosofia da Ciência do
Comportamento (que ele se
propôs defender) por meio da análise
experimental do comportamento.
A base da corrente skinneriana está na
formulação do
comportamento operante. Para
desenvolver este conceito,
retrocederemos um pouco na história do
Behaviorismo, introduzindo as
noções de comportamento reflexo ou
respondente, para então
chegarmos ao comportamento operante. Vamos
lá. [pg. 46]
O COMPORTAMENTO RESPONDENTE
O comportamento reflexo ou
respondente é o que usualmente chamamos
de “não-voluntário” e inclui as respostas que
são eliciadas (“produzidas”) por estímulos
antecedentes do ambiente. Como exemplo,
podemos citar a contração das pupilas quando
uma luz forte incide sobre
os olhos, a salivação provocada por uma gota
de limão colocada na
ponta da língua, o arrepio da pele quando um
ar frio nos atinge, as
famosas “lágrimas de cebola” etc.
Esses comportamentos reflexos ou respondentes
são interações
estímulo-resposta (ambiente-sujeito) incondicionadas,
nas quais certos
eventos ambientais confiavelmente eliciam
certas respostas do
organismo que independem de “aprendizagem”.
Mas interações desse
tipo também podem ser provocadas por
estímulos que, originalmente,
não eliciavam respostas em determinado
organismo. Quando tais
estímulos são temporalmente pareados com
estímulos eliciadores
podem, em certas condições, eliciar respostas
semelhantes às destes. A
essas novas interações chamamos também de reflexos,
que agora são
condicionados devido a uma história de
pareamento, o qual levou o
organismo a responder a estímulos que antes
não respondia. Para deixar
isso mais claro, vamos a um exemplo: suponha
que, numa sala
aquecida, sua mão direita seja mergulhada
numa vasilha de água
gelada. A temperatura da mão cairá
rapidamente devido ao encolhimento
ou constrição dos vasos sangüíneos,
caracterizando o comportamento
como respondente. Esse comportamento será
acompanhado de uma
modificação semelhante, e mais facilmente
mensurável, na mão
esquerda, onde a constrição vascular também
será induzida. Suponha,
agora, que a sua mão direita seja mergulhada
na água gelada um certo
número de vezes, em intervalos de três ou
quatro minutos, e que você
ouça uma campainha pouco antes de cada
imersão. Lá pelo vigésimo
pareamento do som da campainha com a água
fria, a mudança de
temperatura nas mãos poderá ser eliciada
apenas pelo som, isto é, sem
necessidade de imergir uma das mãos2.
Neste exemplo de condicionamento respondente,
a queda da
temperatura da mão, eliciada pela água fria,
é uma resposta
incondicionada, enquanto a queda da
temperatura, eliciada pelo som, é
uma resposta condicionada (aprendida): a água
é um estímulo
incondicionado, e o som, um estímulo
condicionado. [pg. 47]
No início dos anos 30, na Universidade de
Harvard (Estados
Unidos), Skinner começou o estudo do
comportamento justamente pelo
comportamento respondente, que se tornara a
unidade básica de
análise, ou seja, o fundamento para a
descrição das interações indivíduoambiente.
O desenvolvimento de seu trabalho levou-o a
teorizar sobre
um outro tipo de relação do indivíduo com seu
ambiente, a qual viria a
ser nova unidade de análise de sua ciência.Ref.Ana bock (Livro do Professor)
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